A cidade do Porto e a Dança. Duas grandes paixões

Vadim Potapov tem 32 anos. Nascido na Rússia, veio para Portugal ainda muito novo. Assume-se como amante de sol, de praia. Gosta de dormir, de comer e de ver filmes no sofá. Formado em danças de salão, atualmente, é bailarino, coreógrafo e professor. Em 2019, abriu o seu estúdio de dança Ritmos DanceStudio, no Porto, cidade que o conquistou.
Vadim veio para Portugal por opção dos seus pais. "A minha mãe é muito sonhadora e sonha sempre alto. Então, um dia, ela lembrou-se que gostava de viver num país diferente e escolheu Portugal", conta. O jovem agradece muito esta escolha, pois ama o nosso país e sempre que vai para fora de viagem ou em trabalho, tem muita vontade de regressar a casa, ao Porto.
A dança surgiu na vida de Vadim por influência da sua mãe. "Ela sempre quis ser dançarina, mas nunca conseguiu. Ou tinha que ajudar a mãe ou que cuidar das irmãs mais novas", diz. Na altura, praticar dança não era fácil. "Então, ela decidiu pôr o meu irmão mais velho e eu na dança. Eu segui, mas o meu irmão não. Ele não tinha muita paciência", revela.
Por intermédio da sua mãe, Vadim passou a amar duas coisas, a dança e a cidade do Porto. Sem esquecer, reconhece também o apoio do pai em tudo o que faz.
A sua formação incide nas danças de salão. Vadim já investiu na mesma tanto a nível de dinheiro como a nível de viagens para fora do país. "Já frequentei muitas aulas e formações. Tanto particulares como de grupo. Quantas horas de treino eu já pratiquei. Se contasse, nunca mais saíamos daqui", afirma.
Ao longo do seu percurso profissional, já fez formações de ballet, de contemporâneo, de hip-hop e breaking. "Posso dizer que já experimentei quase tudo", diz.
Participou nas competições Associação Portuguesa de Professores de Dança de Salão Internacional (APPDSI)e World Dance Company (WDC), onde alcançou durante cinco anos consecutivos, entre 2013 e 2017, o título de Campeão Nacional.
Em 2015, Vadim participou no programa Achas Que Sabes Dançar, na SIC. Caracteriza a experiência como incrível, salientando que a sensação que a mesma provoca não se explica, só mesmo vivendo a experiência. A sua inscrição no programa aconteceu devido a um desafio que os amigos lhe fizeram. "Numa brincadeira, durante um jantar com os meus amigos, eles desafiaram-me a inscrever-me. Eu só lhes disse que só passava uma fase, mas que ia dar o meu melhor", conta.

O casting seletivo, ainda sem câmaras, teve lugar no Shopping Plaza, no Porto. Depois, é selecionado para fazer o primeiro casting, em Guimarães. "Tremi muito. Vocês não imaginam. O auditório encontrava-se cheio de bons bailarinos. Estava a Liliana Garcia, o Vítor Kpez, o Paulo Boz, a Joana Lima, a Tina Aysha, entre outros. Todos sonhavam fazer parte do TOP20", garante.
Após a atuação, os comentários dos jurados foram positivos. "Correu incrivelmente bem. Os jurados adoraram. Consegui três sim, mas fui para casa a pensar que não passava mais", ri. No entanto, a partir desse dia, as coisas começaram a ficar mais sérias. No casting seguinte foi mais intenso." A audição foi no Coliseu de Lisboa. Foram dois dias de prova muito difíceis. Posso dizer que dormi apenas três horas dentro de um balneário no Coliseu. Mas valeu todo o meu esforço", conta.
Vadim conseguiu passagem para as galas em direto. "A aprendizagem foi única. A preparação corporal e física foi incrível. Os momentos que vivemos ficaram para a memória. São de recordar para a vida. Se um dia o programa voltar, aconselho qualquer um a inscrever-se, nem que seja só pela experiência", diz.
A participação no programa abriu-lhe muitas portas. Arranjou vários trabalhos, o que enriqueceu bastante o seu currículo. Hoje em dia, é um dos dançarinos com grande reconhecimento em Portugal.
O bailarino foi finalista em várias competições internacionais de danças de salão, em países como Itália, Espanha, França, Grécia, Bulgária e Inglaterra. Em 2017, participou nos quartos de final do campeonato da Europa, em Blackpool, Inglaterra.
No mesmo ano, participou no programa Got Talent, na RTP. "Foi uma experiência gira, mas mais pelo jogo de estratégia. Fi-lo para mostrar às pessoas que estou no ativo. Facilmente, somos esquecidos e como dançarinos, por vezes, sofremos com isso. Infelizmente, em Portugal, não somos reconhecidos e não temos qualquer tipo de apoio. Pode ser que isso um dia mude", confessa.Em 2018, Vadim despediu-se das competições e dedicou-se a uma vida mais profissional. Começou a dar aulas e a realizar espetáculos. Em 2019, abriu o seu estúdio de dança, o Ritmos Dancestudio, no Porto.
Atualmente, é bailarino no programa Dança com as Estrelas, na TVI. "Uma semana e meia antes da estreia, recebo um telefonema do Cifrão a convidar me com urgência por falta de um homem", diz.
Vadim não conseguiu dar uma resposta no momento. Em jogo estavam os seus trabalhos já marcados, as suas aulas e o estúdio de dança. A sua companheira Marta conseguiu dar a volta à situação. "Ela disse-me para ir descansado e que assegurava tudo o que fosse possível. Agradeço-lhe imenso pelo esforço", conta. Vadim e a sua companheira trabalham juntos. Também ela é bailarina.
O par de Vadim no programa é Angie Costa. "É muito engraçada porque ela é novinha, cheia de vida e muita criativa. Ela não consegue ter só uma ideia de cada vez. A Angie tem várias ao mesmo tempo, mas damo-nos super bem e temos vindo a fazer um trabalho que está a ser bastante elogiado", conta.
Enquanto par e mentor da jovem, Vadim transmite-lhe a maior segurança e preocupação. Nos momentos em que a sente insegura e stressada, faz por acalmá-la e diz-lhe que vai correr tudo bem. "Tento passar sempre a imagem de maior segurança porque, no fundo, nós, bailarinos, somos os pilares das Estrelas. Isso é muito importante neste programa, ser o porto seguro. Na qualidade de bailarino, é fundamental", afirma.

Para Vadim, dança é vida. O jovem demonstra muito amor pela sua profissão.
Texto publicado por Viviana Fangueiro
Créditos:
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https://www.instagram.com/ritmosdancestudio/hl=pt
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