Joana Machado, a doutora da kizomba
Joana Machado, residente em Lisboa, é licenciada em Línguas Estrangeiras Aplicadas pela Universidade Católica. Bailarina, professora e coreógrafa, Joana é o maior nome da kizomba em Portugal, tendo sido também, uma das principais motivadoras e defensoras desta área da dança, a nível mundial.

Joana Machado descreve-se como uma pessoa "cinéfila". Adora o cinema, o teatro. Gosta de ir a exposições e abraçar o ar livre. Gosta de tudo aquilo que possa encontrar fora do conforto de sua casa.
A dança surgiu na sua vida quando ainda era muito pequena. Sempre quis dançar, mas acabou por deixar-se levar pelos ideais de seus pais." Diziam-me sempre que tinha que estudar e ir para a faculdade. E pronto, lá fui", conta. A nível académico, Joana é licenciada em Línguas Estrangeiras Aplicadas, tendo especialização em inglês e italiano. Quando acabou a licenciatura, começou a trabalhar numa empresa de marketing. Após esse trabalho, foi para Itália onde esteve durante seis meses.
Joana começou a ter aulas de dança em 2002, nomeadamente, danças de salão. Praticou durante quatro anos tango argentino e como "frequentava a noite lisboeta, dançava salsa, kizomba e ritmos latinos". Ao longo dos anos, tem feito formações mais pequenas em ballet clássico e jazz. No ano de 2007, é convidada a dar aulas de kizomba."Não fui eu que escolhi a kizomba. A kizomba é que me escolheu a mim", afirma.
A bailarina sempre se imaginou a dançar, mas nunca achou que ia ser professora de kizomba. Hoje em dia, "a kizomba tem um maior prestígio. Na altura, quando comecei a dar aulas, dizia que era professora de ritmos africanos", confessa.
Para Joana, a kizomba é um dos maiores símbolos da interculturalidade. "É o fim de muitas tabus, xenofobias e racismo. Para mim, é isso que representa esta área da dança".

Os seus objetivos enquanto profissional passam por não parar, querer sempre mais e melhor. Adora projetos novos. O que a motiva, o que a move é o "entusiasmo da novidade, tudo o que venha de diferente". Confessa-se "megalómana", pois quer tudo e tem sempre em mente ideias diferentes. "Estou sempre com alguma na manga. Eu não consigo é estagnar, estar a fazer sempre a mesma coisa", assume.
"A dança é a quebra de muitas tabus, do toque. É muito terapêutico a nível psicológico e social", afirma. Joana descreve a dança para si como paixão e para os outros como felicidade.