Joana Machado, a doutora da kizomba

09-03-2020

Joana Machado, residente em Lisboa, é licenciada em Línguas Estrangeiras Aplicadas pela Universidade Católica. Bailarina, professora e coreógrafa, Joana é o maior nome da kizomba em Portugal, tendo sido também, uma das principais motivadoras e defensoras desta área da dança, a nível mundial.

Direitos Reservados
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Joana Machado descreve-se como uma pessoa "cinéfila". Adora o cinema, o teatro. Gosta de ir a exposições e abraçar o ar livre. Gosta de tudo aquilo que possa encontrar fora do conforto de sua casa.

A dança surgiu na sua vida quando ainda era muito pequena. Sempre quis dançar, mas acabou por deixar-se levar pelos ideais de seus pais." Diziam-me sempre que tinha que estudar e ir para a faculdade. E pronto, lá fui", conta. A nível académico, Joana é licenciada em Línguas Estrangeiras Aplicadas, tendo especialização em inglês e italiano. Quando acabou a licenciatura, começou a trabalhar numa empresa de marketing. Após esse trabalho, foi para Itália onde esteve durante seis meses. 

Joana começou a ter aulas de dança em 2002, nomeadamente, danças de salão. Praticou durante quatro anos tango argentino e como "frequentava a noite lisboeta, dançava salsa, kizomba e ritmos latinos". Ao longo dos anos, tem feito formações mais pequenas em ballet clássico e jazz. No ano de 2007, é convidada a dar aulas de kizomba.


"Não fui eu que escolhi a kizomba. A kizomba é que me escolheu a mim", afirma.


A bailarina sempre se imaginou a dançar, mas nunca achou que ia ser professora de kizomba. Hoje em dia, "a kizomba tem um maior prestígio. Na altura, quando comecei a dar aulas, dizia que era professora de ritmos africanos", confessa.


Para Joana, a kizomba é um dos maiores símbolos da interculturalidade. "É o fim de muitas tabus, xenofobias e racismo. Para mim, é isso que representa esta área da dança".


A Escola de Dança Joana Machado é o seu grande projeto, neste momento. Encontra-se aberta desde setembro de 2019. De 2007 a 2015, teve um projeto conjunto com um parceiro, mas, atualmente, dá aulas de kizomba com o bailarino Sango. A professora salienta a importância de ter um par. "Fui à procura de alguém que eu pudesse formar, que dançasse ao meu jeito e que tivesse a formação que eu acho correta. Então, eu fui ao hip-hop buscar o Sango", conta.
Direitos Reservados
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 Quando se depara com pessoas que demonstram não saber dançar, Joana encontra, ali, o desafio de fazer com que aconteça o contrário. "Às pessoas que me dizem ter pés de chumbo, eu digo-lhes que isso não existe. E, realmente, não acontece. Tudo é possível. Toda a gente consegue dançar e eu garanto isso. Curo tudo. Sou a doutora da kizomba", brinca.
Através da dança, já teve oportunidade de viajar à volta do mundo. Já passou por sítios europeus como Dinamarca, Rússia, Polónia, Espanha e França, mas também já viajou para fora da Europa. "É muito bonito ver todo um conjunto de pessoas de várias culturas e de várias nacionalidades a dançar kizomba", diz-nos.


Os seus objetivos enquanto profissional passam por não parar, querer sempre mais e melhor. Adora projetos novos. O que a motiva, o que a move é o "entusiasmo da novidade, tudo o que venha de diferente". Confessa-se "megalómana", pois quer tudo e tem sempre em mente ideias diferentes. "Estou sempre com alguma na manga. Eu não consigo é estagnar, estar a fazer sempre a mesma coisa", assume.

Para si, a dança é das atividades mais completas que se pode encontrar. As danças sociais são as quais nutre paixão. "Toca o corpo e o ouvido. Tem uma sensibilidade musical que acaba, também, por ser do parceiro que dança connosco".

"A dança é a quebra de muitas tabus, do toque. É muito terapêutico a nível psicológico e social", afirma. Joana descreve a dança para si como paixão e para os outros como felicidade.

"A dança é alegria todos os dias".


Texto publicado por Viviana Fangueiro




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