Jovem persistente e determinada. A história de Catarina Lima

27-01-2020
Direitos Reservados
Direitos Reservados

Catarina Moreira Coelho Lima, natural da Póvoa de Varzim, tem 31 anos. Aos onze deparou-se com uma situação que poderia ter posto em causa a sua continuação no mundo da Dança, mas não foi isso que a fez parar. A sua determinação e a capacidade de superação faz com que a jovem seja, atualmente, uma das referências a nível nacional.

O seu primeiro contacto com a Dança surge aos quatro anos de idade. "A minha irmã andava no ballet e eu era uma macaquinha de imitação. Queria fazer tudo o que ela fazia, então entrei também", conta-nos.

Direitos Reservados
Direitos Reservados

Até aos dez anos de idade, Catarina fez ballet e jazz, tendo praticado também ginástica acrobática. 

Quando tinha onze anos teve de parar de praticar qualquer exercício físico, pois "descobriram que tinha medula ancorada e tive de ser operada às costas". A jovem transmitia persistência e com o apoio constante dos pais, conseguiu continuar a lutar pela sua posição na Dança. Os médicos acabaram por desistir de a proibir de fazer desporto e aos poucos foi tudo voltando ao normal. "Aprendei a conviver com algumas dores e a perceber a melhor forma de as contornar com alongamentos, exercícios e massagens", diz-nos.

Após esse período menos bom da sua vida, Catarina voltou a dançar. Fez formação na Academia Gimnoarte, na Escola de Dança do Porto e em alguns workshops, em Lisboa. 

Catarina é licenciada em Ciências do Desporto pela Universidade do Porto. Em setembro de 2009, foi para Lisboa com o objetivo de fazer mestrado em ensino, mas os seus planos acabaram por se alterar. Entrou na Escola Superior de Dança e ao mesmo tempo, tinha aulas na Jazzy Studios. "Durante um ano e meio tinha aulas das 9h as 18h. Todos os dias fazia aulas na Jazzy Dance Studios, em Santos, das 18.30h às 22.30h. Aprendia todos os estilos. A versatilidade é muito importante no mundo comercial", afirma.

"Vê sempre o lado bom das coisas" Direitos Reservados
"Vê sempre o lado bom das coisas" Direitos Reservados


A jovem procurava na internet empresas que faziam eventos com bailarinos, acabando por marcar um casting na Move It. Passado dois meses chamaram-na para um trabalho. Catarina classifica como uma experiência gratificante e que lhe permitiu a abertura de portas para o mundo comercial. "Os convites começaram a aumentar. Fui conhecendo bailarinos da área, novas empresas, e comecei a conseguir viver da dança. De tal forma, que passado um ano e meio, deixei de conseguir frequentar as aulas da Escola Superior de Dança. Optei pelo trabalho e não terminei o curso", conta. Não se arrepende, de todo, de ter deixado o curso a meio.

Para Catarina não há dúvidas de que a formação é bastante importante e nunca a deixou de fazer. Mesmo não tendo concluído o curso, continuou na Jazzy. Sempre que podia, fazia também aulas fora do país, em Londres e Paris.

Em 2015, participou no Achas que Sabes Dançar. A jovem descreve como uma experiência "única e indiscritível". Durante meses, viveu "numa autêntica bolha". Catarina confidencia ter lidado com muita pressão física e psicológica. "Foi duro e rico ao mesmo tempo. Conheci pessoas boas e menos boas", conta. Aprendeu a medir as emoções e a preocupar-se com o que realmente importa.

Direitos Reservados
Direitos Reservados


"Não perdi as borboletas na barriga. Continuo a senti-las sempre antes de cada espetáculo. Ganhei capacidade para ouvir-me antes de ouvir os outros e a ter segurança nas coisas em que acredito. A opinião dos outros já não tem tanta importância como tinha antes".

Catarina já aprendeu muita coisa no mundo profissional. "Os trabalhos comerciais não tem muitos ensaios e temos de decorar muitas coreografias em pouco tempo". Saber como estar no palco, trabalhar, dá aos profissionais "a dita estaleca", segundo a jovem.


Ao longo da sua vida profissional, já teve oportunidade de trabalhar com vários coreógrafos. Catarina destaca Vasco Alves, por quem nutre admiração, "principalmente, no que toca à área urbana/hip hop". A jovem salienta o seu gosto por trabalhar com Cifrão. Sublinha a sua visão comercial e a facilidade com que este resolve problemas e o cuidado que tem para com os seus bailarinos. Menciona Paulo Jesus como "um dos mais antigos". Trabalhou em companhias clássicas e contemporâneas. E Mirco, "dos ritmos urbanos".Catarina realça a sua autenticidade e a preocupação deste em tocar o cliente. "Faz o seu trabalho de forma personificada e com muita arte".

Direitos Reservados
Direitos Reservados

A jovem bailarina orgulha-se em dizer que se rodeia de pessoas que admira e que adora o que faz. "Hoje em dia, coreografo uma novela e sei que trago coisas boas de cada uma das pessoas com quem fui aprendendo". 

Outra das grandes paixões de Catarina é a representação, na qual tem formação. "Hoje em dia posso dizer que já não me faz sentido dançar sem representar. Sempre que danço, quero fazê-lo a passar uma mensagem, a contar uma história. E a representação está implícita nisso", confessa. Cada vez mais, o teatro, a televisão e o cinema fazem parte da sua vida profissional. Adora dançar em televisão, tanto em ficção como em programas em direto. Gosta do contacto com as câmaras e dos nervos do imediato.

Atualmente, está no projeto Terra Brava, na SIC. Catarina encontra-se a coreografar, a dançar e a representar. Afirma sentir-se desafiada e completa.


"Estou muito satisfeita e orgulhosa por estar a conseguir lidar com as atrizes, com as bailarinas, com os desafios da autora, com os temas das festas e com as escolhas musicais que também estão do meu lado. Não podia estar mais contente por me darem liberdade criativa!".

Nos últimos anos fez três curtas metragens, sendo que foi protagonista em duas delas. Catarina gostava muito de fazer um filme. "Mesmo que a personagem dance! Aí seria a cereja no topo do bolo" afirma. Poder harmonizar a dança com a representação é um dos desejos da bailarina. Dentro da dança, confessa já ter alcançado o que mais ambicionava. A jovem pondera deixar a "dança em stand by e começar a representar".

Desde pequena que a avó sempre lhe dizia "o que tem de ser tem muita força", conselho que traz consigo tanto para a vida profissional como pessoal. "Tudo acontece por um motivo, mesmo os maus momentos. Acontecem porque têm de acontecer e porque depois vem algo muito bom para compensar".

Direitos Reservados
Direitos Reservados

Catarina leva a vida a sorrir. Vê sempre o lado bom das coisas. "Gosto de ser leve! Mas penso sempre muito nos porquês das coisas e naquilo que tenho de fazer para chegar aos meus objetivos. Não sou de esperar que as coisas me caiam no colo. Faço aquilo que amo para que quando a sorte me trouxer uma oportunidade, eu estar preparada para a enfrentar e agarrar da melhor maneira" diz-nos.

A jovem é amante da natureza, do ar livre. Ama viajar e de andar a cavalo. Gosta de ler e escrever. É uma pessoa que vive muito o presente. Quando dança, Catarina sente-se completa, livre, forte e feliz.

"Sinto-me a contar uma história, e eu adoro contar histórias e viver histórias, viver vidas! Viver! Viver intensamente!!"

© 2020 Blog da Viviana. Todos os direitos reservados.
Desenvolvido por Webnode
Crie o seu site grátis! Este site foi criado com a Webnode. Crie o seu gratuitamente agora! Comece agora