“Posso ser aquilo que eu quiser”- António Máximo

15-06-2020
Fotografia por @uniqueagencia
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António Máximo tem 17 anos e é natural de Lisboa. A dança surgiu na sua vida desde muito cedo e, hoje, é para si uma certeza. Começou pela ginástica acrobática e pelo ballet, mas é no estilo waacking que encontra total liberdade para criar e para interpretar. Dou-lhe a conhecer um pouco sobre o percurso deste jovem bailarino e quais os seus objetivos futuros.

António sempre esteve ligado à música e à dança. Os seus pais são professores de fitness. Dão aulas de grupo de aeróbica, de step, aulas mais dançadas, o que lhe permitiu ganhar essa ligação desde pequeno. "Queria ir sempre com os meus pais dar aulas. Mexia-me sempre ao som da música, e então, sempre estive ligado à dança, à musicalidade", conta.

Quando entrou para o primeiro ano da escola, inscreveu-se num clube de ginástica acrobática. No ano seguinte, um pouco do nada, "uma coisa que me deu na cabeça", diz o jovem, entrou para o ballet. A entrada nas duas vertentes, fê-la com o total apoio dos seus pais, mas como ainda era muito pequeno, teve que escolher uma das duas. "A professora da escola disse que eu andava muito desgastado e depois no terceiro ano tive que fazer uma escolha e optei pela ginástica", diz. Chegou a frequentar o Ginásio Clube Português até ao seu quarto ano.

Quando foi para o segundo ciclo, António decidiu entrar para o ensino articulado. "Em vez de ter Educação Física e Educação Tecnológica tinha Clássico, Moderno, entre outras. Fiz do quinto ao sexto ano, mas cheguei à conclusão de que o Clássico não era feito para mim, não gostava assim muito", explica.

O jovem bailarino, no nono ano, entrou para a Jazzy Dance Studios, em Santos, local que já frequenta há mais de seis anos. Encontrava na dança um meio fácil para fazer desporto. Até que, aos catorze anos, surge a oportunidade de fazer uma audição para os Bootcamp. "Fiz e entrei. Foi a partir desse ano que percebi que era isto que queria para a minha vida", afirma. Ganhou um amor à dança que nunca pensou ser possível ter. Este é o seu foco e o que quer fazer para a sua vida.

António faz bastantes workshops porque aprender nunca é demais e é uma mais valia para qualquer bailarino. Faz parte do crescimento do mesmo.

O estilo com que mais se identifica é o Waacking pois garante-lhe uma total liberdade para se expressar. "Não tem uma maneira específica de se fazer. Não tem nenhum sentimento específico. Eu posso sentir o que eu quiser, relacionar o que eu quiser à dança", explica. Pode interpretar qualquer personagem e dança para si é mesmo isso. É um estilo que lhe interessa pois permite-lhe explorar esse lado mais criativo.

Direitos Reservados
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Em 2017, participou na sua primeira competição. A primeira ficou como a mais marcante. "Competi com os Bootcamp pela primeira vez e ficamos em primeiro lugar. A prestação foi brutal. Toda a rotina, todo o gigante trabalho que nós tivemos e que realmente mostrou resultados", diz. António lembra-se daquele dia por inteiro. Da sensação inesquecível em palco. Foi um ano que evoluiu imenso.

O jovem bailarino faz parte dos 2S1P. A junção deste grupo tem uma história bastante engraçada. «Eu estava com os meus amigos Gonçalo e Bruno e vimos a publicação. Eu pensei "Olha, vamos os três". Começámos a ensaiar, só que depois o Bruno teve uns problemas e teve que sair e acabou por entrar a Inês», conta. Foi António que teve a ideia de formar o grupo. Apesar de ter surgido de uma brincadeira, tornou-se em algo sério.

Este ano, António fez parte do musical "Saturday Nigth Fever", com encenação de Paulo Sousa Costa e direção musical de Mário Rui Teixeira. O espetáculo foi produzido pela Yellow Star Company e realizou-se nos dias 28 e 29 de fevereiro e 1 de março. "Foi o meu primeiro trabalho com uma grande produção. Adorei mesmo fazer parte do musical, não só por ser um musical, mas porque o elenco era incrível. Se o elenco não fosse aquele, acho que o espetáculo não tinha metade da graça para mim", diz o jovem.

Direitos Reservados
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Foram alguns meses de ensaios, mas como conhecia os coreógrafos do espetáculo, Vasco Alves e Pedro Borralho, foi ótimo para si. Apesar de se ter tornado um pouco cansativo por ser bastante repetitivo, António arranjava maneira de agarrar-se à vontade e ao querer. Considera ter sido uma experiência incrível.

O jovem descreve-se como um bailarino curioso, que adora explorar coisas novas. É um bailarino bastante energético, bastante alegre. "É uma coisa que eu adoro", confessa. É atrevido, "sassy" e considera-se muito carismático a dançar. "Consigo transmitir sensações às pessoas", diz.

Em Portugal, considera que a cultura não é apoiada totalmente. "Vimos agora! Quem passou fome durante esta fase da Covid-19 foi a área da cultura e outras também, mas a da cultura foi uma das mais afetadas. Logo aí, temos um bom exemplo do apoio que há para com a cultura", afirma. António menciona que um dos principais problemas para que isso também aconteça é graças à comunidade da dança. "Por exemplo, se há um trabalho por cinquenta euros, há pessoas que vão achar ridículo receber esse valor por um trabalho e vão negar. É o correto a fazer! Mas depois, há quem vai aceitar esse valor e é aí que tudo começa a desmoronar", explica.

Direitos Reservados
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Futuramente, António tem várias metas que pretende alcançar no mundo da dança. Um deles é pisar um grande palco como o Palco Mundo, no Rock in Rio e o Altice Arena. Outro dos seus grandes objetivos é atuar com os Jukebox. O jovem tem o sonho de ir para fora do país, explorar um mercado diferente. "Quero ir para Londres e manter me lá de preferência", confessa.

António diz não ter nenhum "role model". Consegue olhar para cada pessoa e perceber o que pode tirar de positivo e de negativo a fim de aprender a ser melhor. É uma pessoa que ama estar na companhia dos seus amigos sempre que é possível, e é neles que, enquanto bailarino, encontra a inspiração para dançar. "Inspiram-me as histórias, a maneira como eles se movimentam, o esforço que colocam na dança. Portanto a minha real inspiração é essa", afirma convicto.

O jovem bailarino encontra na dança um refúgio. Permite-lhe esquecer o que é menos bom e concentrar-se no que o realiza.

Direitos Reservados
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"Dança para mim é inexplicável. É a minha verdadeira paixão. É o que mais me faz feliz. É onde posso ser aquilo que eu quiser, da maneira que eu quiser, como eu quiser. Uma autêntica liberdade que todo o ser humano devia sentir".



Texto publicado por Viviana Fangueiro

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